sábado, 6 de outubro de 2012

Discipulado Superficial

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mateus 7:21).
Como é evidente por esta contundente advertência, o discipulado superficial não é invenção do século vinte. Jesus estava atormentado por ela desde o início de sua pregação pública (João 2:23-24). As fileiras dos entusiásticos, mas insensatos "fãs", pareciam crescer juntas com sua popularidade inicial, e ele estava constantemente preocupado em sacudi-los para terem consciência sóbria do que significava segui-lo (Lucas 14:25-35). Entretanto, estes mesmos eram os naturais herdeiros dos fariseus, e dos insensatos ritualistas que, séculos antes, tinham feito nascer a apaixonada e, freqüentemente, fulminante repreensão dos profetas do Velho Testamento (Isaías 1:11-17; Amós 5:21-24).

Com linguagem que se tornou ainda mais penetrantemente franca, Jesus se volta dos falsos profetas para os falsos seguidores e seus falsos padrões. É perigoso para um homem tomar a estrada larga que vai para destruição, de propósito, mas é infinitamente mais perigoso tomá-la, crendo que é o caminho para vida. Gritos entusiásticos de "Senhor, Senhor" podem ser nada mais do que um conveniente bocado de lã para encobrir um coração obstinado. Pode nem haver um lobo debaixo desse pelego, mas ali há certamente um bode! Profissões vazias são tão perigosas para a estrada estreita como os falsos profetas.
Não há nada de mau quanto a uma sincera confissão de fé no Filho de Deus e o reconhecimento aberto que ele é o Senhor. Na verdade, não pode haver verdadeiro discipulado sem esta confissão (Mateus 10:32-33; Romanos 10:9-10). Mas a tragédia se instala quando isto é tudo que existe, uma declaração verbal da soberania de Jesus, sem qualquer evidência de submissão (Lucas 6:46).
Quem são estes ousados confessores?
Eles não são hipócritas conscientes, pois Jesus diz que eles não entenderão a rejeição deles no juízo final (7:22). Eles não são preguiçosos imprestáveis, porque Jesus não disputa sua proclamação de zelosa atividade em seu nome. Seu problema é simples. Em todo o seu dizer e fazer, eles não tinham feito aquilo que ele esperava deles e que era fazer a vontade de seu Pai.
Neste ponto, os que aspiram a trilhar a estrada estreita têm que ser muito claros.
No reino de Deus, nada será recebido como substituto para a obediência!
Certamente não a mera confissão oral. Absolutamente não a diligente prática de ordenações religiosas que se originam no homem antes que em Deus (Marcos 7:1-8). Não, nem mesmo a fiel observância de certos seletos mandamentos de Deus, enquanto outros estão sendo estudiosamente negligenciados ou desobedecidos (Mateus 23:23). E, por último, não será nem aceitação, quando um só de todos os mandamentos de Deus está sendo teimosamente recusado, ignorado ou pervertido (Marcos 10:17-22; Tiago 2:8-11).
Isto não tem nada a ver com a justificação pelas obras. Tem a ver com a sincera fé, lealdade indivisa e absoluta confiança. Haverá sempre misericórdia do Senhor para aqueles cujo coração está totalmente decidido a agradá-lo em todas as coisas, pois eles estarão sempre querendo aprender mais, buscar o perdão, e fazer melhor. Mas para o homem que seleciona e escolhe o seu caminho através da vontade divina, nem toda a zelosa atividade religiosa que possa ser montada será suficiente para cobrir o fracasso.
"Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?" (Mateus 7:22).
O fato que estes desobedientes confessores fazem a proclamação não contestada, que não somente ter possuído, mas ter exercido, dons miraculosos pelo poder de Cristo sugere que eles eram discípulos. Muitos sentiram que proclamações deles tinham que ser falsas, mas não necessariamente.
Quaisquer que fossem seus imensos fracassos como homem, Balaão certamente profetizou pelo poder de Deus (Números 22:35; 23:16). Não pode haver muita dúvida de que Judas Iscariotes, como um dos doze, empregou poderes miraculosos (Mateus 10:1). Os discípulos carnais de Corinto certamente o fizeram (1 Coríntios 1:4-7; 3:1-3). Dons espirituais jamais foram uma garantia da espiritualidade ou da divina aceitação do mestre; somente de que a mensagem era verdadeira.
Assim nós, também, podemos pregar o verdadeiro evangelho a muitas pessoas e fazer "muitos milagres," mas afinal sermos rejeitados simplesmente porque não obedecemos ao Senhor (1 Coríntios 9:27; 13:1-3; Filipenses 1:15-17). Estes professores, que se iludem a si mesmos, estavam fazendo a pergunta errada. O grande trabalho que Deus tinha feito por meio deles não serviu para ganhar a salvação; se eles tivessem verdadeiramente servido e agradado o Senhor, isso sim, ganharia a salvação (Lucas 10:20).

Paul Earnhart


______________________
Fonte: O Sermão da Montanha - extraindo os tesouros das escrituras - Paul Earnhart

Seja o primeiro a comentar

Postar um comentário

Faça o Pr Edmilson feliz: Deixe um comentário respeitoso, gentil, edificante e construtivo. Algo que enriqueça o que foi dito.
Agradeço o tempo que você gastou ao deixar algumas palavras aqui.



 
^

Powered by Bloggerblogger addicted por UsuárioCompulsivo
original Washed Denim por Darren Delaye
Creative Commons License

BlogBlogs.Com.Br