Rumo ao desastre

Na primavera seguinte, época do ano em que os reis costumam sair para a guerra, Davi mandou que Joabe, os seus oficiais e o exército israelita fossem atacar os inimigos. Eles venceram os amonitas e cercaram a cidade de Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. – 2 Sm 11.1

Era época em que os reis deveriam ir à guerra. Mas... Davi ficou em Jerusalém. Davi não era nenhum preguiçoso. Davi sempre é visto em intensa atividade desde a sua juventude. Mas aqui parece que ele foi acometido por um ataque de comodismo, de apatia. Se atividade excessiva trás seus perigos, o comodismo também trás.
A inércia faz com que a mente da pessoa fique passiva e aberta às setas inflamadas do maligno. Nos momentos de inércia surgem os pensamentos lascivos. Nos momentos de inércia a pessoa começa a sonhar acordada. Nos momentos de inércia a pessoa vai dar sua passeadinha e, na maioria das vezes dá de cara com a tentação.
A inércia parece que se alastra para o espírito também. O homem vê a bela mulher tomando banho, mas não desvia o olhar. Ao invés disso ele pergunta quem é ela. Ao saber que ela era casada, isso deveria ser o fim do assunto. Mas, ele não toma uma decisão de recuar. Ele avança rumo ao desastre. Ele manda chamá-la e se aproxima dela. Era para fugir, mas ele se aproximou. A correnteza estava levando-o, mas ele não notava.
O próximo estágio foi deitar-se com ela.
Depois do desastre, eu imagino o quanto Davi pode ter pensado: “Ah! Se eu tivesse ido para a guerra”. Quando olhamos para trás, depois dos desastres, na maioria das vezes também suspiramos: “se tão somente eu tivesse...”. Mas, não existe máquina do tempo!
Muitas vezes o caminho do desastre começa no zero. Na inércia.
Nossa mente e nosso corpo podem e devem descansar. Mas, descanso não é sinônimo de inércia. E tem mais, há tempo de guerra e tempo de paz. No tempo da guerra, vamos a ela.