Que tremendas pressões deve ter havido para impulsioná-lo (Jesus) a uma atividade frenética, nervosa, explosiva! Ele vê, como ninguém mais, com uma proximidade infinita e terrível, a agonia do moribundo, a tormenta do prisioneiro, a angústia da consciência ferida, a injustiça, o terror o pavor e a bestialidade. Ele vê e ouve e sente tudo isso com o coração de um Salvador... Isso não deveria encher cada hora em que estava acordado e roubar-lhe o sono à noite? Não teria que começar imediatamente a acender o fogo, ganhar as pessoas, trabalhar com planos estratégicos para evangelizar o mundo, trabalhar, trabalhar com fúria, incessantemente, sem repouso, antes de vir a noite em que ninguém mais pode trabalhar? É assim que imaginamos a vida terrena do Filho de Deus, se fôssemos medir em termos humanos.
Mas como era distante a verdadeira vida de Jesus! Embora o peso do mundo todo estivesse em seus ombros, embora Corinto, Éfeso e Atenas, e continentes inteiros, com todas as suas necessidades desesperadas, estivessem acontecendo em cada câmara, esquina, castelo e cortiço, todos vistos apenas pelo Filho de Deus, embora essa miséria e desgraça insondáveis estivessem clamando por um médico, ele tinha tempo para parar e conversar com o indivíduo...
Sendo obediente no seu pequeno canto das provincianas Nazaré e Belém, permitiu colocar-se dentro do grande mosaico cujo mestre é Deus. E é por isso que tem tempo para as pessoas: porque em todo tempo ele está nas mãos do Pai. Isso também é a razão porque a paz e não a inquietação o caracterizavam. Pois a fidelidade de Deus já encapa o mundo como um arco-íris: ele não precisa construí-lo, precisa apenas andar debaixo dele”.
Helmut Thielicke
(Extraído de The Waiting Father.)
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