domingo, 7 de março de 2010

Algo maior que a morte

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O SENHOR será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia. - Salmos 9:9

Numa noite de 1954, Billie Sicard se resignou da vida. Não foi feito nenhum anúncio oficial e não foram assinados quaisquer papéis. Mas ainda assim ela se resignou. Para todos os propósitos práticos. Billie decidiu não viver mais. O seu espírito morreu em 1954; o seu corpo morreu em 1979.

Naquela noite de 1954, a única razão que Billie tinha para viver a deixou. Seu filho de doze anos de idade, George, morreu de um tumor no cérebro. A morte do pequeno George deixou Billie prisioneira de um vácuo. Ela tinha trinta e quatro anos quando George nasceu. Depois que o marido a deixou, o pequeno George tornou-se a sua vida. Quando ele morreu, a morte dele se tornou a dela.

Ela era próspera. Billie viveu na exclusiva "Sunset Island" (Ilha do Pôr-do-Sol) em Miami desde 1937. Depois da sua morte, a casa dela foi para leilão pelo preço de 226 mil dólares. Não obstante, tudo isso era secundário para Billie. Seu filho tinha sido sua vida.

As pessoas dizem que depois que George morreu num hospital de Nova Iorque, o corpo foi trazido para a casa dela para um velório. Depois de deixar o corpo na casa da Sra. Sicard por um dia, o diretor do funeral veio para removê-lo. Ela se negou a deixá-lo levar. Por vários dias ela se lamentou por trás das portas trancadas antes de entregar o corpo.

Ir a uma loja e gastar 100 dólares comprando brinquedos para George não era nada para Billie. Quando o corpo dela foi encontrado em 1979, também foram encontrados os brinquedos, exatamente como o seu filho os havia deixado. Nada tinha sido empacotado; nada fora movido. Por vinte e cinco anos Billie perambulou em uma casa cheia de brinquedos, com o coração cheio de memórias. Quando a casa foi vendida após a sua morte, o uniforme de escoteiro principiante do pequeno George ainda estava pendurado no guarda-roupa de casacos, que ficava no porão. Na parede havia um desenho de um trenzinho, feito por uma criança com lápis de cera vermelho. Ela nunca limpou esse desenho da parede. Os chinelos do mickey-mouse estavam no canto do quarto dele. Na garagem havia um carro Packard 1941 estacionado, um presente que ela deu para o pequeno George quando ele completara dez anos de idade.

Quando Billie desistiu de viver, tornou-se uma reclusa social. Seu jardim se tornou uma selva. Sua casa se tornou uma fonte de histórias sobre fantasmas e contos sobre velhas esposas. Ela comia demais, ela se retraiu. Ela não ligava para mais nada.

Ela se resignou.

A vida dela permanece como um quieto legado para todos nós. O homem dever ter algo maior do que a morte... ou a morte o pega.

Max Lucado

3 comentários

Saude pelas Plantas disse...

É uma dor indescritível. Só quem já passou por isso pode dizer. No entanto, é preciso ter esperança. Esperança naquEle que "tem as chaves da morte" e que "enxugará do rosto toda a lágrima".

Anônimo disse...

Essa mãe perdeu todas as esperanças depois da morte do seu filho.

Anônimo disse...

É bom saber que mais alguém leu Moldado por Deus. Estava pesquisando sobre o personagem dessa história e o lugar onde morava e encontrei esse texto. Que possamos ter o Senhor como u alto refúgio na hora da angústia. Que Deus abençoe. Josué.

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