segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Retornar é para os fortes


 Em uma era turbulenta, quando a lei era subjetiva e cada homem era seu próprio juiz, a terra outrora fértil e prometida, prometida por Deus para jorrar leite e mel, sucumbia à aspereza da fome. Nesse tempo de caos, um homem, Elimeleque de Belém de Judá, enfrentava um dilema que desafiava as fronteiras de sua fé e temor.

Belém, a cidade conhecida como a Casa do Pão, tornara-se um paradoxo sombrio de sua promessa. Elimeleque, cujo nome significava "Deus é rei", confrontava a ironia de seu destino. Ele decidiu abandonar a terra sagrada, levando sua família para as terras estrangeiras de Moabe, um lugar cuja fecundidade era tentadora, mas cujos mistérios eram profundos como um abismo.

A jornada de Elimeleque era uma fuga do medo, não um ato de fé. Cada passo em direção a Moabe era um desvio da vontade divina, uma decisão tomada sob o véu do medo. A história de Abraão e sua quase perda no Egito era um eco distante em sua mente, mas a urgência do presente obscureceu as lições do passado.

Em Belém, sob o cuidado divino, mesmo a terra mais seca poderia florescer. Mas em Moabe, mesmo na abundância, Elimeleque encontrou seu fim. A morte, como um ladrão silencioso, roubou-lhe a vida, um testemunho de que a verdadeira segurança jaz na vontade de Deus.

Noemi, a viúva corajosa, encarou o abismo que a decisão de Elimeleque havia criado. Com uma resolução de aço, ela optou por retornar à Casa do Pão. Sua escolha era um desafio à opinião popular, um grito de guerra contra o orgulho e o medo. Ela escolheu enfrentar as sombras do passado para redescobrir a luz.

Seu retorno marcou o fim de um período árido, não apenas da terra, mas também do espírito. Noemi, com sua jornada de redenção, semeou as sementes de um novo começo, um retorno à essência da fé e da promessa.

A história de Elimeleque, Noemi e a Casa do Pão é um mosaico de escolhas e consequências, uma tapeçaria tecida com fios de fé, medo, e redenção. É um convite a contemplar nossos próprios caminhos, a buscar a origem de nossas quedas e a encontrar coragem para retornar ao lugar onde nossa vida verdadeiramente começou. É uma lembrança de que, mesmo nos momentos mais sombrios, a luz da esperança e da graça divina aguarda aqueles que ousam retornar.

Pr Edmilson Silva

Não adianta chorar sobre o leite derramado



Não é bom dar mancada, mas se dermos, não vamos passar a vida inteira chorando pelo leite derramado. Muitos são os que pararam sua vida por não conseguirem se recuperar dos erros cometidos. A melhor coisa a se fazer depois de um tombo é se levantar e correr atrás do prejuízo. Leia mais...

sexta-feira, 13 de março de 2015

Ociosidade leva ao pecado

 

“Na primavera seguinte, época do ano em que os reis costumam sair para a guerra, Davi mandou que Joabe, os seus oficiais e o exército israelita fossem atacar os inimigos. Eles venceram os amonitas e cercaram a cidade de Rabá. Mas Davi ficou em Jerusalém. Uma tarde Davi se levantou, depois de ter dormido um pouco, e foi passear no terraço do palácio. Dali viu uma mulher muito bonita tomando banho”. 2 Sm 11.1,2

Davi “ficou em casa”; “se pôs a dormir à hora da tarde”, “levantou-se do seu leito”. O grande guerreiro que enfrentou o leão, o urso e o gigante, agora se comprazia em ficar em casa enquanto seus soldados davam o sangue em campo de batalha. Todos tem o direito de descansar. Mas, tudo tem seu tempo (Ec 3.1). Descanso fora de hora se chama ociosidade. Davi relaxou com a disciplina que costumava ter. Ele estivera presente em várias campanhas militares vitoriosas. Talvez ele não tenha julgado sua presença necessária na batalha, afinal Joabe, seu capitão, era muito competente à frente do exército. Quem sabe Davi chegou a pensar que era hora de tirar umas férias. É ai que mora o perigo!

É na hora da ociosidade que satanás prepara suas armadilhas, pois acha um dos elementos mais eficazes para isso: uma mente vazia. Enquanto “passeava”, viu uma mulher se banhando, e esta era formosa à vista (2 Sm 11.2). Este passeio custou muito caro a Davi. Levou-o à tentação, à cobiça da mulher do próximo e, por fim, ao adultério. Davi perdeu o autodomínio. É desta forma que acontece com muitos servos de Deus. É no momento que se encontram com tempo de sobra que eles sobem ao terraço da internet e ali encontram coisas bem piores que uma mulher se banhando. É na hora da preguiça que pegam o telefone e ressuscitam pessoas que deveriam estar mortas em seus corações. É na hora do “descanso merecido” que começam a chocar os ovos do pecado em suas mentes.

O pecado da cobiça leva o homem ou a mulher a perder o domínio e a ficar sob o desejo da carne. O “passeio de Davi”, mesmo em seu palácio, levou-o à cobiça da mulher de Urias, um de seus mais valentes soldados, que estava no campo de batalha lutando por Israel e por Davi. Bateseba fora tomar banho, sem o menor temor de ser vista por um homem, pois aquela não era hora de homem nenhum estar em casa. Mas, Davi estava no lugar certo, na hora errada. E, como um abismo chama outro abismo, o que começou com um olhar, caminhou para uma busca de informação acerca da bela mulher. Mesmo sabendo que se tratava da esposa de seu soldado, Davi mandou chama-la. Sabe como é, “só para conhece-la”. Sabemos onde aquilo foi parar. O que começou com uma soneca, terminou na tragédia da vida de Davi.

Tomemos cuidado com a ociosidade e saibamos aproveitar bem nosso tempo a fim de que o pecado não ache lugar em nós através desta porta. O relaxo e a preguiça tem sido o início de tristes histórias de destruição de carreiras espirituais e de famílias, regadas a muita dor e vergonha. Sejamos, pois, vigilantes.

Pr Edmilson

terça-feira, 10 de março de 2015

A moeda perdida... em casa

 


Jesus continuou: — Se uma mulher que tem dez moedas de prata perder uma, vai procurá-la, não é? Ela acende uma lamparina, varre a casa e procura com muito cuidado até achá-la.  E, quando a encontra, convida as amigas e vizinhas e diz: “Alegrem-se comigo porque achei a minha moeda perdida.” - Lc 15:8-9

A parábola da moeda perdida faz parte das três parábolas contadas por Jesus como resposta à estranheza demonstrada pelos religiosos de sua época que não viam com bons olhos fatos de Jesus estar sempre cercado por aqueles que eram repudiados por eles. Jesus vivia cercado por “pecadores” (como se todos não o fossem) e pessoas de má fama. Não ordenava a lei que o justo não deveria se deter no caminho dos ímpios nem se sentar na roda dos escarnecedores? No entanto lá estava o Mestre no meio deles. Jesus conta suas três parábolas para mostrar que não estava ali para compactuar com as obras daquelas pessoas, e sim, porque veio buscar aquele que estava perdido.

Nestas parábolas Jesus mostra o sacrifício do Bom Pastor indo buscar a ovelha perdida, o trabalho do Espírito Santo iluminando o interior da casa para achar a moeda perdida e a alegria do Pai ao receber o filho de volta.

Analisemos mais de perto a segunda parábola que, além desta lição objetiva, nos ensina outras coisas.

A perda de algo de valor

Segundo alguns estudiosos, o valor desta moeda não era tanto monetário quanto sentimental. "As mulheres daquela época muitas vezes usavam acima das sobrancelhas uma tiara que era chamada semedi. Era feita de moedas que por si mesmas tinham muito pouco valor. Mas era uma moeda que tinha gravada a imagem da autoridade. A tiara significava noivado ou casamento. Sendo ou não monetariamente valiosa, estava acima de qualquer preço para a mulher que a usava. Isso é evidente pelo fato de que ela a procurou diligentemente, ao varrer a casa até encontrá-la" (Todas as Parábolas da Bíblia, Herbert Lockyer). Aprendemos aqui que existem coisas que são muito valiosas, que, se não tomarmos cuidado podem ser perdidas. E a parábola diz que estas coisas foram perdidas em casa, o que nos leva a entender que estas coisas valiosas estão (ou deveriam estar) perto de nós, dentro de nosso lar. E é ali também que elas podem se perder. O que sentimos falta na sociedade e que são alvos de protestos e marchas, em sua maioria são coisas que perdemos em casa, e é lá que devem ser resgatadas. Vejamos algumas delas:

Respeito – A falta de respeito na escola onde alunos agridem professores, coisa inimaginável a poucas décadas atrás, é um reflexo da falta de respeito no lar. É em casa que se vê filhos tratando os pais como se fossem seus colegas e não mais como autoridades (hoje em dia isso é tratado como medieval). É em casa que, para serem aceitos em seus grupos lá fora, os filhos se submetem a um “batismo de fogo” de desrespeito aos pais. Quanto mais desrespeito, mais são recebidos como “machos” por um bando de tolinhos que vibram com expressões de rebeldia, mas não entendem que, quando “o bicho pega” sãos os pais que seguram o rojão. Infelizmente, a dracma do respeito se perdeu em muitos lares.

Carinho – Carinho diz respeito a gestos com o poder do discurso. São pequenas manifestações onde, através de um abraço, um beijo, um elogio, um abrir de porta se está dizendo sem palavras o quanto amamos alguém. Vivemos numa época em que a dracma do carinho foi substituída por dinheiro, presentes e facilidades.

Espiritualidade – Esta dracma se perdeu e no lugar dela é introduzida nos lares a moeda falsa da religiosidade. Deus é compartimentalizado a algumas horas de culto aos domingos. Ali, por alguns momentos, segue-se o protocolo de um bom cristão. Acabou o culto, no carro mesmo, todos voltam “ao normal”. Cadê a dracma do culto familiar? Cadê a dracma da consciência de que os olhos de Deus estão em toda a terra? Cadê a dracma da família reunida para comer o cordeiro pascal em oração e leitura da Bíblia? Talvez ela esteja perdida atrás de coisas que se tornaram ídolos do lar: televisão, facebook, etc.

Encontrando a moeda perdida

Se a mulher da parábola encontrou a dracma, Jesus mostra-nos que podemos achar o que se perdeu. Vejamos o que a parábola ensina-nos sobre isso:

A tarefa é minha – É comum jogar para outros a tarefa de achar o que nós perdemos. A mulher da parábola, não chamou o CSI para achar a moeda (rs). Às vezes queremos que o pastor, o professor ou a polícia achem o respeito que nós perdemos. Porém, somos nós quem devemos nos colocar como instrumentos nas mão de Deus para achar o que se perdeu. A tarefa é minha, com a ajuda de Deus.
De olho nos pequenos detalhes – A mulher que tinha dez moedas, não agiu com a que se perdeu como se ela fosse nada comparada com as nove que não se perderam. Ela sabia que por um pequeno vazamento a caixa d’agua pode ficar vazia. É tempo de se concertar os vazamentos e dar atenção aos pequenos detalhes por onde a felicidade de um lar tem se esvaído. Gentilezas, lembranças de aniversários, um esforço para não jogar a toalha molhada na cama, são bons começos.

O comum não é natural – Olhar para a casa ao lado e ver que essas coisas acontecem com todo mundo, é nivelar-se por baixo. Só porque todo mundo “deixa pra lá” quando perde sua moedinha, não quer dizer que devo aceitar isso como natural. A mulher se levantou e foi correr atrás do prejuízo.

evantando poeira – A mulher teve que varrer a casa para encontrar a moeda. Às vezes para se concertar uma situação e encontrarmos o que se perdeu é preciso mexer com coisas que vão fazer poeiras assentadas a muito tempo, jogadas para debaixo do tapete, se levantarem. Tem coisas que parece que é melhor nem mexer. Mas, a pergunta é, queremos ou não encontrar a moeda? Se queremos, é preciso varrer a casa.

Dá trabalho – O texto diz que a mulher procurou “até encontrá-la”. Isso mostra que, não adianta imaginarmos que em um dia vamos achar coisas que levamos anos para perder. Dá trabalho e é preciso perseverança.

Haja luz – Nem Deus gosta de trabalhar no escuro e, por isso, a primeira coisa que Ele disse na criação foi “haja luz”. Luz fala de duas coisas. Primeiro fala de recebermos clareza sobre algo, olharmos para o problema e enxergá-lo. Ninguém resolve nenhum problema ignorando-o, deixando nas trevas onde não se pode vê-lo. Deixemos Deus ascender sua luz sobre nossa situação a fim de que enxerguemos onde foi que erramos. Segundo, luz fala de amor : “Quem ama o seu irmão vive na luz, e não há nessa pessoa nada que leve alguém a pecar.  Mas quem odeia o seu irmão está na escuridão, anda nela e não sabe para onde está indo, porque a escuridão não deixa que essa pessoa enxergue” (1 Jo 2:10-11). É o amor de Deus, derramado em nossos corações quem vai mostrar-nos onde está nossa preciosa moedinha perdida.

O Resultado

Esta pequena estória, que começou com uma mulher ansiosa por ter perdido algo que lhe era tão caro, termina com uma casa em festa. A mulher chama suas amigas e diz: “alegrai-vos comigo”. Isso é o resultado de se sair do comodismo e ir atrás do que se perdeu. Esta é a alegria da sensação de missão cumprida. Ela é o oposto daquilo que tem feito muitos buscarem as clinicas e saírem de lá com a receita de algum antidepressivo.

Só sentiremos esta alegria quando nos levantarmos e colocarmos mãos-a-obra.

Vale a pena. Sempre vale.

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Pr Edmilson

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cura-me da Ansiedade, Senhor.




“O SENHOR Deus fez com que o homem caísse num sono profundo” - Gênesis 2.21.

Muitas vezes, este tem que ser o primeiro milagre que Deus precisa operar para que possa realizar outros milagres na vida do ser humano. E quão grandioso é este milagre: descansar!

Uma das situações que mais gera ansiedade no ser humano é a espera por algo que ele deseja imediatamente. Existem coisas que, logo após pedirmos a Deus, se concretizam rapidamente. Outras, precisamos aguardar um pouco mais. Algumas, precisamos esperar sentados! E são essas que nos desafiam. Afinal, quem gosta de esperar? Contudo, a realidade é que, independentemente de quão ansiosos estejamos, certas coisas só se concretizarão no tempo certo. E, frequentemente, esse "tempo certo" não é nem hoje nem amanhã. Tais esperas roubam o sono de muitos.

Observemos o caso específico de Adão. O que lhe era essencial? Uma companhia. Sim, todos os animais tinham seus pares, exceto ele. É desafiador ver todos acompanhados enquanto nos sentimos solitários. Observar outros atualizando seus status em redes sociais para "em um relacionamento sério" e nós, sem alterações. Ver até mesmo irmãos mais novos encontrando suas "tampas", e nós...

É nesses momentos que muitas pessoas perdem a paciência, são dominadas pela ansiedade e complicam suas próprias vidas. Surge a ideia de que é preciso agir, dar um jeito, "ajudar" Deus em sua obra.

Não foi exatamente isso que Abraão fez ao ter um filho com Hagar? Aliás, este é outro exemplo clássico: a espera por um filho. A Bíblia afirma que os filhos são herança do Senhor. É Deus quem os concede, ou não, tudo a seu tempo e à Sua maneira. Contudo, é neste ponto que muitos, ao não confiarem na sabedoria e soberania divinas, acabam tomando decisões precipitadas (quem lê, entenda).

Com Adão, Deus começou fazendo-o dormir. Não seria este o pedido que deveríamos fazer a Deus hoje? "Senhor, permite-me descansar em Tua vontade. Ajuda-me a esquecer deste assunto. Ensina-me a me contentar com o que tenho agora. Cura-me da ansiedade."

Todos nós já vivenciamos momentos em que algo aconteceu justamente quando já não estávamos mais focados naquilo. Deus quer que compreendamos o valor de tranquilizar nossa alma e superar a ansiedade.

Reconhecemos que isso não é tarefa simples. Mas Deus está presente para nos proporcionar um profundo repouso.


Bora cantar. (Aumenta o volume) Essa você conhece...
Pr Edmilson

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Sendo promovido a “menor de tudos os santos”


“Eu sou menos do que o menor de todos os que pertencem a Deus, mas mesmo assim ele me deu este privilégio de anunciar aos não-judeus a boa notícia das imensas riquezas de Cristo” – Efésios 3.8
No apóstolo Paulo, vemos algo interessante sobre personalidade e caráter. No que diz respeito a sua personalidade, ainda como fariseu, vemos sua impetuosidade ao perseguir a igreja, arrastando homens e mulheres para a prisão. Paulo tinha uma personalidade forte. Seu encontro com Jesus no caminho de Damasco não mudou isso.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cultuadores da Auto-imagem

Na manhã seguinte, bem cedo, ele saiu para procurar Saul. Soube que ele tinha ido para a cidade de Carmelo, onde havia construído um monumento em honra de si mesmo, e que depois tinha seguido para Gilgal. 1 Samuel 15.12


 
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