quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Subjugando o corpo - Emagreci 47 quilos

100_2613, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado - 1 Coríntios 9.27

Paulo mostra sua preocupação em ser um exemplo para aqueles a quem ele pregava. Ele diz que esmurrava seu corpo, a fim de não ser dominado por coisas que viessem a fazê-lo ser reprovado. Ele fala especificamente do seu corpo, pois, apesar de ter um novo espírito dentro de si, seu corpo continuaria sendo o mesmo até o dia em que fosse glorificado. Ele nos chama a termos nosso corpo sob controle. Sei de que ele estava falando...

A pouco mais de um ano estava eu pesando 126 quilos e 1,68 m de altura. Isso mesmo, 126. Com este peso todo, naturalmente sentia todos os sintomas típicos da obesidade, pressão alta, dores nas pernas, cansaço, azia, e muito mais. Subir um degrau para mim exigia um esforço grande. Mas, dureza mesmo era um corpo que contradizia o que eu pregava acerca de domínio próprio. Como falar como o apóstolo, que dizia que não se deixaria dominar por nada, se eu sabia que uma pizza me dominava? Como era difícil me olhar no espelho!

Mas, a um ano, tomei uma decisão e agi em cima desta decisão (só decisões não mudam nada sem ação). Entrei num processo de reeducação alimentar, pois não queria nem saber de remédio para emagrecer nem de cirurgia. Não queria saber também de dietas100_4956a insanas, pois elas não duram nada e fazem mal à saúde. O que fiz com a ajuda de um grupo de apoio, foi aprender a me alimentar direito e a fazer atividades físicas.

Hoje, treze meses após o começo deste processo, atingi minha meta. Com 47 quilos a menos, sinto-me outra pessoa. Sou grato a Deus que me ajudou e continua me ajudando nesta batalha. Sei que cheguei somente na metade do caminho, pois, permanecer magro é uma luta para o resto da vida. Graças a Deus pelo que consegui até aqui!

 

Pr Edmilson

30 de Setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Enchente de águas vivas

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Spurgeon pregou este sermão na manhã do dia 28 de maio de 1882

E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. João 7.37-39

Será que não me alegra ter neste auditório alguns que querem pedir imediatamente (esta bênção)? Oro no sentido de que alguns que nunca receberam o Espírito Santo, agora, enquanto estou falando, sejam levados a orar: “Bendito Espírito, visita-me, leva-me a Jesus”.

Mas especialmente àqueles de vocês, que são filhos de Deus, a vocês esta promessa é feita especialmente”. Peça a Deus que faça de você tudo o que o Espírito de Deus pode fazer de você, não apenas um crente satisfeito, que bebeu só para si, porém um crente útil, que transborda de bênçãos para a vizinhança.

Vejo aqui muitos amigos que vieram do interior para passar suas férias em Londres. Que bênção seria, se eles voltassem transbordantes para as suas respectivas igrejas; pois há muitas igrejas que precisam ser inundadas; estão secas como chão de celeiro, e pouco orvalho cai sobre elas. Ah se fossem inundadas! Que coisa maravilhosa é uma enchente! Desçam ao rio, olhem da ponte e vejam as barcaças e outras embarcações na lama. Nem todos os cavalos do rei, e nem todos os homens do rei são capazes de arrastá-las para o mar alto; ali estão elas, mortas e imóveis como a própria lama. Que haveremos de fazer com elas? Que máquinas poderão movê-las? Teríamos entre nós algum grande engenheiro capaz de planejar um esquema que possibilite levantar esses barcos e fazê-los descer até à foz? Não, não se pode fazer isso. Esperem pela maré alta! Que transformação! Cada embarcação anda sobre a água como algo vivo. Que diferença entre a maré baixa e a alta. Não se pode ativar os barcos quando a água se foi, mas quando a maré alta está em sua plenitude, vejam como eles se movem prontamente, tanto que até uma criança pode impeli-los com sua mão. Ah, (quanto anseio) por um dilúvio da graça!

Queira o Senhor enviar a todas as nossas igrejas uma grande maré de águas vivas! Então os indolentes serão suficientemente ativos, e os que estavam meio mortos se encherão de energia. Sei que nessa doca particular jazem vários barcos que eu gostaria de fazer flutuar, entretanto eu não posso movê-los. Eles não trabalham para Deus, nem comparecem nas reuniões de oração, nem tampouco dão coisa alguma dos seus bens para a propagação do evangelho. Se a enchente viesse, vocês veriam o que eles são capazes de fazer: seriam ativos, fervorosos, generosos, abundantes em toda boa palavra e obra. Oxalá seja assim! Oxalá comecem a jorrar fontes em todas as nossas igrejas, e todos os que agora me ouvem partilhem das torrentes! Ah, que o Senhor agora encha cada um de vocês e o envie de volta para casa levando consigo uma enchente da graça.

Parece estranho falar de um homem levando uma enchente para casa, e, contudo, espero que seja assim mesmo, e que de você jorrem rios de água viva. Que Deus nos conceda tal bênção, por amor de Jesus. Amém.

sábado, 26 de setembro de 2009

Conhecimento interior

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Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem - Lucas 24.16

Dois dos discípulos que ouviram as incríveis novas sobre a ressurreição do Senhor partiram naquele mesmo dia para a aldeia de Emaús. Enquanto no caminho falavam acerca do Senhor, Ele mesmo Se aproximou, mas eles não O reconheceram. Ele então abriu-lhes as Escrituras. Ainda assim, nenhuma luz raiou. Ouviam das palavras que Ele falava, compreendiam-nas e eram tocados por elas – tanto que seus corações ardiam dentro deles – e ainda assim não sabiam quem era Aquele que lhes falava. Isso nos mostra que ensinamento é diferente de revelação. Compreendiam os ensinamentos acerca de Cristo, mas ainda não sabiam quem Ele era.

Ao chegarem ao seu destino, convidaram-No para entrar na casa e juntar a eles na ceia. Partindo Ele o pão, seus olhos foram abertos e eles reconheceram o seu Senhor.

Você vê que há dois modos de se conhecer o Senhor? Muitas pessoas têm lido a Palavra de Deus a ponto de estarem muito familiarizadas com as verdades concernentes a Cristo; ainda assim lhes falta o conhecimento Dele, que vem mediante o iluminar interior. Felizmente há aqueles que O conhecem espiritualmente, porquanto Ele abriu os olhos do seu coração.

Temos de perceber que não só temos a Bíblia, mas temos também a nossa revelação individual.

Hoje, muito conhecimento é ensinado, isto é, passado da boca de uma pessoa aos ouvidos de outra. Então, é compreendido pela mente do receptor e passado aos ouvidos de uma terceira pessoa. Tudo isso é meramente teorias e instruções. Temos de ter em mente que é inútil ter mero conhecimento bíblico e ainda assim não conhecer o Senhor. O conhecimento interior do Senhor é o verdadeiro conhecimento.

W. Nee

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Pelo lado de dentro

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"Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas" - Mateus 5.41

O Sermão do Monte não é um ideal; é uma exposição do que acontecerá em mim quando Jesus Cristo tiver alterado minha dispo­sição por completo, substituindo-a pela que só ele tem. Jesus Cristo é o que pode cumprir o Sermão do Monte em nós.

Se quisermos ser discípulos de Jesus, isso só acontecerá mediante uma obra sobrenatural acontecendo pelo lado de dentro; enquanto tivermos a determinação em forma de propósito de sermos discípulos, podemos estar certos de que ainda nem o somos. "Vós não me escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi", João 15:16. Será por ali mesmo que começa toda a graça de Deus. É um chamado do qual não podemos fugir; podemos desobedecê-lo, mas não pensemos que podemos gerá-lo. Deus nos constrange pela sua graça sobrenatural e nunca poderemos descobrir onde a sua obra começa e quando ela termina sua obra. A formação de um discípulo, pelo Senhor, é coisa sobrenatural. Ele não constrói, em absoluto, sobre nenhuma de todas as nossas capacidades naturais. Deus não nos pede para fazermos aquelas coisas que nos possam ser naturalmente fáceis; ele só nos pede para fazer aquilo que a sua graça nos capacita a realizar, fácil ou difícil e é nesse ponto que sempre teremos que encarar a levar nossa cruz até ao seu fim.

Oswald Chambers

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Quando o Espírito proíbe

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Defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia; mas o Espírito de Jesus não o permitiu - At. 16.7

Que estranha proibição! Aqueles homens iam para Bitínia exatamente para fazer a obra de Cristo, e a porta foi fechada diante deles pelo próprio Espírito de Cristo. Eu também já experimentei isto em certas ocasiões. Já me vi algumas vezes sendo obrigado a interromper uma carreira que me parecia útil e abençoada. Veio oposição e me forçou a voltar para trás; ou doença, e me impeliu a retirar-me para um deserto à parte.

Foi difícil, nessas ocasiões, deixar incompleto um trabalho, que eu acreditava ser uma obra do Espírito. Mas vim a me lembrar de que o Espírito não tem somente serviços de atividade, mas também serviços de espera. Comecei a ver que no reino de Cristo não há somente momentos de ação, mas ocasiões em que se proíbe a ação.

Vim a aprender que o lugar deserto à parte é muitas vezes o lugar de maior utilidade na variada vida humana: mais rico em colheita do que as estações em que o trigo e o vinho foram abundantes. Tenho tido que agradecer ao bendito Espírito o fato de ter sido impedido de visitar muitas e estimadas Bitínias.

Assim, Espírito Santo, quero continuar a ser dirigido por Ti, ainda que venham desapontamentos em planos que me pareçam de utilidade. Hoje a porta parece estar aberta para viver e trabalhar para Ti; amanhã, ela se fecha diante de mim exatamente quando estou para entrar por ela. Ensina-me a ver outra porta, no próprio fato de ficar parado.

Ajuda-me a achar na proibição de Te servir ali, uma nova área de serviço. Inspira-me com o conhecimento de que um homem pode, às vezes, ser chamado a fazer o seu dever, não fazendo nada; a trabalhar, ficando quieto; a servir, pela espera. Se me lembrar de quanto poder há na "voz mansa e delicada", não me queixarei se às vezes essa mesma voz, a voz do Espírito, me disser: Não, não vá. — George Matheson

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Fonte: Mananciais no Deserto

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

JÓ e os enigmas do sofrimento

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Por Philip Yancey

Ao aflito livra por meio da sua aflição, e pela opressão lhe abre os ouvidos - Jó 36:15

"Por que eu?" Quase todo mundo faz esta pergunta em meio ao sofrimento. Em grandes ou pequenas circunstâncias – um terremoto em outro país ou no diagnóstico de uma doença – enfrentamos questões angustiantes sobre por que Deus permite que sintamos dor.

Ironicamente, os cristãos em sofrimento obtêm conforto no livro de Jó. Digo "ironicamente" porque Jó levanta mais questões sobre o sofrimento do que responde. O final do livro – uma fantástica aparição pessoal de Deus – parece o cenário perfeito para um monólogo esclarecedor. Deus, porem, evita por completo o ponto central da discussão anterior. E as várias teorias sobre a origem do sofrimento, todas agradáveis ao ouvido, propostas pelos amigos de Jó são desfeitas por Deus, com um olhar severo.

Este livro, relato espantoso de coisas ruins acontecendo a um homem muito bom, não contém uma teoria compacta mostrando por que as pessoas boas sofrem. Apesar disso, oferece algumas percepções rápidas sobre o problema da dor. Meu próprio estudo levou–me às conclusões que se seguem. Não respondem o problema da dor – nem mesmo Deus tentou fazer isso. Mas esses princípios jogam luz sobre certos conceitos errôneos tão comuns hoje quanto no tempo de Jó.

1. Os capítulos 1 e 2 mostram um fato importante de forma sutil: Deus não causou diretamente os problemas de Jó. Permitiu que acontecessem, mas Satanás foi o agente causador.

2. Em nenhum lugar do livro é sugerido que Deus não tenha poder ou não seja bom. Algumas pessoas (até mesmo o rabino Kushner, em seu livro muito conhecido Quando Coisas Ruins Acontecem com Pessoas Boas) alegam que um Deus fraco não tem poder para evitar o sofrimento humano. Outros, deístas, presumem que Ele dirige o mundo a distância, sem envolvimento pessoal. Mas o livro de Jó não discute o poder de Deus, só sua justiça. Em seu discurso final, em que resume as conclusões, Deus apresenta ilustrações esplendidas da natureza para demonstrar seu poder.

3. Jó, decididamente, rejeita uma teoria: a de que o sofrimento sempre vem em resultado ao pecado. A Bíblia confirma o princípio geral de "o homem colhe o que semeia", até mesmo nesta vida (veja Salmos 1:3, 37:25). Mas as outras pessoas não têm qualquer direito de aplicar esse princípio geral a uma pessoa em particular.

Os amigos de Jó foram persuasivos ao defender que ele merecia aquela punição catastrófica. Quando Deus, porém, apresentou o veredicto final, disse para eles:

Não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó. (42:7)

(Posteriormente, Jesus também falaria contra a idéia de que o sofrimento implica, automaticamente, pecado anterior. Veja João 9: 1–5 e Lucas 13:1–5.) Não tendo uma crença claramente definida na vida após a morte, os amigos de Jó presumiram, erradamente, que a justiça de Deus – sua aprovação ou não das pessoas – teria que ser demonstrada nesta vida.

4. Deus não condenou as dúvidas nem o desespero de Jó, apenas sua ignorância. O dito popular "a paciência de Jó" dificilmente se encaixa com a torrente de censuras que saíram da boca dele, que não aceitou sua dor em mansidão, mas gritou em protesto contra Deus. Suas palavras fortes escandalizaram seus amigos (veja, por exemplo, 15:1–16), mas não chocaram Deus.

Será que precisamos de preocupar–nos se ofendemos Deus de alguma forma em uma explosão causada pela tensão ou pela dor? De acordo com este livro, não. Num toque da maior das ironias, Deus ordenou que os amigos de Jó seguissem seu exemplo de arrependimento, logo ele que era objeto de condescendência piedosa.

5. Ninguém conhece tudo sobre o sofrimento. Jó concluiu que ele estava certo e Deus era injusto. Os amigos insistiam em que a verdade era o oposto: Deus era justo e Jó estava sendo punido por alguma coisa que fizera. Por fim, todos aprenderam que viam a situação a partir de uma perspectiva limitada, cegos à verdadeira guerra que acontecia no céu.

6. Deus nunca fica totalmente em silêncio. Eliú defendeu este ponto de forma convincente, relembrando a Jó sonhos, visões, bênçãos passadas e até mesmo as obras diárias de Deus na natureza (capítulo 33). Deus, da mesma forma, usou a natureza como evidência de sua sabedoria e de seu poder. Embora pareça que Deus está em silêncio, algum sinal de sua presença ainda pode ser encontrado. O escritor Joseph Bayly expressou a mesma verdade: "Na escuridão, lembre–se do que aprendeu na luz."

7. Algumas vezes os conselhos cheios de boas intenções prejudicam mais do que ajudam. O comportamento dos amigos de Jó é um exemplo clássico de como o orgulho e o sentimento de estar com a razão podem sufocar a verdadeira compaixão. Eles repetiram frases piedosas e discutiram teologia com Jó, insistindo, teimosamente, em suas idéias equivocadas sobre o sofrimento (idéias que, na verdade, continuam a perseguir a Igreja). A resposta de Jó: "Tomara vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria!" (13:4,5).

8. Deus mudou o foco da questão central: da causa do sofrimento de Jó para a reação dele. Misteriosamente, nunca explicou o problema do sofrimento e nem informou a Jó os acontecimentos registrados nos capítulos 1 e 2 do livro. A questão principal em jogo era a fé: se Jó continuaria a confiar em Deus mesmo quando tudo deu errado.

9. O sofrimento, no propósito de Deus, pode ser redimido ou usado para um bem maior. No caso de Jó, um período de grandes lutas foi usado por Deus para chegar a uma vitória importante, até mesmo cósmica. Ao avaliar o que passou – mas só depois que já passou – podemos ver as "vantagens" obtidas por Jó por continuar a confiar em Deus. Através de seu sofrimento imerecido, Jó apontou para Jesus Cristo, que viveria uma vida perfeita, e mesmo assim enfrentaria a dor e a morte para chegar a uma grande vitória.

* * *

Milhares de anos depois, as perguntas de Jó ainda permanecem. Os sofredores ainda utilizam as palavras dele como um grito contra a aparente falta de interesse de Deus. Mas o livro de Jó afirma que Deus não está surdo aos nossos gritos, e controla este mundo, apesar de às vezes parecer que não. Deus não respondeu a todas perguntas, mas bastou sua presença para que as dúvidas desaparecessem. Jó aprendeu que Deus se preocupava com ele. Aprendeu, ainda, que o Todo–Poderoso controla o mundo. Isso foi suficiente para ele.

domingo, 20 de setembro de 2009

O Grande Artista

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Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis - 1 Coríntios 1.28

Em algumas das grandes galerias da Europa, é pos­sível ver obras que não foram pintadas com pincel, mas mosaicos, que são feitos com pedacinhos de pedra, vi­dro e outros materiais. O artista toma esses cacos to­dos, e, depois de poli-los e ordená-los, forma um dese­nho grande e belo. Cada parte da figura pode ser um pedaço de vidro, mármore ou concha, pequeno e insig­nificante; mas, com cada um em seu devido lugar, for­mam uma obra-prima.

É o que penso que acontecerá com a humanidade nas mãos do grande Artista. Deus está colhendo os pe­dacinhos insignificantes de pedra e bronze que estão sendo pisados, despercebidos, e fazendo com eles a sua grande obra-prima.

Simpson

Choro Constante

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por Charles Haddon Spurgeon

“E, caindo em si, desatou a chorar” - Marcos 14:72

Alguns pensam que, ao longo de sua vida, as lágrimas de Pedro começavam a brotar da fonte todas as vezes em que ele se recordava de ter negado o Senhor. Não é improvável que assim fosse (pois seu pecado foi muito grande e, posteriormente, a graça teve nele um efeito completo). Esta mesma experiência é comum a toda família redimida, de acordo com a intensidade com que o Espírito Santo remove o coração de pedra não regenerado.

Nós, como Pedro, nos lembramos de nossa promessa presunçosa: "Ainda que todos te abandonem, jamais o farei." Nós comemos nossas palavras com as ervas amargas do arrependimento. Quando pensamos naquilo que juramos que seríamos, e naquilo que temos sido, podemos chorar um rio inteiro de pesar. Pedro pensava na sua negação do Senhor. O lugar onde o fez, o motivo tão pequeno que o levou a um pecado tão atroz, os juramentos e as blasfêmias com que procurou confirmar  sua mentira, e a terrível dureza de coração que o levou a fazê-lo outra vez, e mais outra. Quando somos relembrados dos nossos pecados e de sua grande iniqüidade, podemos continuar teimosos e impassíveis? Não faremos de Boquim (Jz. 2:1-5) a nossa casa e choraremos diante do Senhor pela segurança renovada de amor e perdão? Que jamais façamos vista grossa para o pecado, para que em breve não tenhamos a língua queimada nas chamas do inferno.

Pedro também pensava no olhar de amor de seu Mestre. A advertência do Senhor sobre o canto do galo foi acompanhada de um olhar triste, piedoso e amoroso de repreensão. Durante toda a sua vida, esse olhar jamais deixou a mente de Pedro. Foi muito mais eficaz do que dez mil sermões sem o Espírito Santo teriam sido. O apóstolo arrependido estava certo ao chorar ao ser lembrado do pleno perdão do Salvador, que o restaurou ao seu antigo posto. Pensar que temos ofendido o bondoso e meigo Senhor é razão mais do que suficiente para chorarmos constantemente.

Senhor, fere a rocha do nosso coração e faz as águas fluírem.

 

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Fonte: Morning and Evening, Tradução: Mariza Regina Souza

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Suspeitando de Deus

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"Depois, toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do Senhor, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo beber. Então, contendeu o povo com Moisés, e disseram: Dá-nos água para beber. E Moisés lhes disse: Por que contendeis comigo? Por que tentais ao Senhor" - Êxodo 17.1,2

Não conhecêssemos nós alguma coisa do mal humilhante de nossos corações e ficaríamos embaraçados quanto à razão da insen­sibilidade espantosa de Israel para com a bondade, a fidelidade e os atos poderosos do Senhor. Acabavam de ver cair pão do céu para alimentar seiscentas mil pessoas no deserto, e ei-los agora, prontos a "apedrejar" Moisés por os ter trazido para esse mesmo deserto, para os matar de sede. Nada pode exceder a incredulidade terrível e maldade do coração humano senão a graça superabundante de Deus. É só nessa graça que alguém pode encontrar alívio sob a sensação, sempre crescente, da sua natureza perversa, que as circunstâncias tendem a manifestar. Hou­vesse Israel sido transportado diretamente do Egito a Canaã, e não teria sido feita uma tão triste exibição do que é o coração humano; e, como consequência, eles não teriam sido exemplos ou figuras tão admiráveis para nós. De fato, os quarenta anos de peregrinação no deserto oferecem-nos um volume de avisos, admoestações e instru­ções úteis além de toda a concepção. Aprendemos, entre outras coisas, a propensão constante do coração para suspeitar de Deus. Confia em tudo, menos em Deus. Prefere apoiar-se numa teia de aranha em vez do braço do Deus onipotente, sábio e generoso; e a mais pequena nuvem é mais que suficiente para ocultar da sua vista a luz do Seu bendito rosto. É pois com razão que as Escrituras falam dele como sendo "mau e infiel", sempre pronto para" se apartar do Deus vivo" (Hb3:12).

É interessante notar as duas interrogações feitas pela increduli­dade, neste capítulo e no precedente. São precisamente idênticas àquelas que se levantam em nós e à nossa volta, diariamente: "Que comeremos?- E que beberemos?" (Mt 6:31). Não vemos que o povo fizesse a terceira pergunta desta categoria, "com que nos vestiremos'?-" Porém, estas são as interrogações do deserto: "O quê" "Onde" "Como". A fé tem apenas uma resposta compreensível para todas as três, a saber: DEUS! Que resposta perfeita e preciosa! Ah, se o autor e o leitor destas linhas conhecessem perfeitamente o seu poder e a sua plenitude! Necessariamente precisamos recor­dar, quando passamos pela provação, que não vem sobre nós tenta­ção senão humana, "mas, fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10:13). Sempre que somos postos à prova, podemos estar certos que, com a prova, há também uma saída, e tudo que precisamos é uma vontade submissa ao Senhor e um olhar simples para vermos a saída.

C. H. MACKINTOSH

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Guerra de geração em geração

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E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas, quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas; por isso, tomaram uma pedra e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado, e o outro, do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. – Êxodo 17.11,12

Em Refidim os amalequitas atacaram o povo de Israel e o que se deu nesta batalha nos trás preciosas lições. Moisés colocou Josué para comandar o povo nesta batalha enquanto ele subiu a um monte e estendeu as mãos para os céus. Enquanto as mãos de Moisés estavam no alto, Israel vencia, quando ele se cansava e abaixava as mãos, Israel perdia. Aquilo mostrava que aquela batalha estava se dando tanto no campo físico como no espiritual. Sempre que leio este texto, fico a comparar o que aconteceu ali com a batalha que enfrentamos todos os dias com um inimigo chamado carne.

Todos os dias temos uma batalha a travar com nossa natureza carnal que quer nos manter longe de Deus e das coisas que são do alto. Paulo disse que a carne luta contra o espírito, e o espírito luta contra a carne (Gl 5.17). A tendência da carne são as coisa de baixo, a do espírito são as coisas do alto. Moisés nos ensinou que para vencermos esta luta é necessário mantermos nossas mãos levantadas, ou seja, mantermos uma vida de disciplina na comunhão com Deus. Mãos levantadas falam de nos mantermos ocupados com as coisas que são do alto. Oração, meditação na palavra, jejum, comunhão com os santos são algumas destas mãos levantadas. Mantermo-nos ocupados com estas coisas exige disciplina. Temos que nos programar, ou nunca estaremos envolvidos com elas. E mesmo quando nos programamos, enfrentamos a dura realidade de que muitas vezes nossas mãos se cansam e vão pouco a pouco de abaixando. É um pouco menos de tempo dedicado à oração, é um cansaço nos impedindo de lermos a Bíblia, são as ocupações nos impedindo de nos reunirmos com outros santos. São as mãos se cansando e se abaixando. Na maioria das vezes, só percebemos o quanto nossas mãos se abaixaram, quando amaleque, nossa carne, começa a vencer e suas obrar se manifestam (Gl 5.19-21). Nessa hora temos que reagir e levantarmos novamente às mãos, ou seja, nos dedicarmos novamente. Se não reagirmos, nossa carne acaba nos matando espiritualmente.

O texto também nos ensina que haverá momentos em que precisaremos de ajuda. Moisés precisou que Arão e Hur lhe ajudassem a manter as mãos no alto. Sim, haverá momentos em que precisaremos que outros nos ajudem a “pegar”. Tem horas que, por mais que sejamos disciplinados, não encontramos forças. Nessas horas, Deus levanta pessoas para nos ajudarem. É aquele irmão que vem nos “incomodar” chamando-nos para a oração; é também aquele irmão que quase que nos arrasta para irmos à reunião; é também aquele “chato” que vem ler a Bíblia conosco; é também aquele irmão com as palavras certas para nos acordar. É importante que aprendamos a ser o Arão e Hur de alguém, pois precisaremos que alguém o seja para nós um dia. Graças a Deus por Arão e Hur!

É bom que aprendamos os princípios para lidarmos com amaleque/nossa carne, pois a luta contra ele durará de geração em geração, até que recebamos um corpo glorificado.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O valor da vida escondida

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Esconde-te junto à torrente de Querite - 1 Rs 17.3

Os servos de Deus precisam ser instruídos quanto ao valor da vida escondida. Para se ocupar uma posição elevada diante dos semelhantes, é preciso tomar uma posição humilde diante de Deus. Não devemos ficar surpresos se às vezes nosso Pai nos diz: "Chega meu filho. Você já agüentou bastante dessa correria, publicidade e movimento; retire-se daqui, esconda-se junto ao ribeiro — esconda-se no Querite da solidão, do qual as multidões se afastaram."

Feliz daquele que pode responder: "A Tua vontade nisto é a minha também. Fujo para Ti e me escondo. Esconde-me no oculto do Teu tabernáculo e à sombra das Tuas asas!"

Para que uma alma piedosa tenha poder entre os homens, ela precisa ganhá-lo em algum Querite escondido. A aquisição de poder espiritual é impossível, se não nos escondermos dos homens e de nós mesmos em algum lugar oculto onde possamos absorver o poder do Deus eterno: como a vegetação que absorveu por longas eras a energia do sol, agora a devolve através do carvão em brasa.

O Bispo Andrews, um servo de Deus, teve o seu Querite, no qual passava cinco horas diariamente em oração e devoção. João Welsh também, o qual achava mal empregado o dia em que não passava de oito a dez horas em comunhão particular. Davi Brainerd teve o seu Querite nas matas da América do Norte.

Christmas Evans o teve nas viagens longas e solitárias por entre os montes de Gales.

Ah, voltemo-nos aos benditos começos da nossa era: Patmos, o lugar segregado das prisões romanas, o deserto da Arábia, os montes e vales da Palestina, todos estes são lembrados para sempre como os Querites daqueles que fizeram o nosso mundo de hoje.

Nosso Senhor encontrou o Seu Querite em Nazaré e no deserto da Judéia entre as oliveiras de Betânia e na solidão de Gadara. Nenhum de nós, pois, pode passar sem algum Querite, onde o som das vozes humanas é substituído pela quietude das águas que vêm do trono, e onde podemos provar as doçuras e embeber-nos do poder de uma vida escondida com Cristo. — Elijah, de Meyer

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Viver sem máscaras

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“Não sereis como os hipócritas” - Mateus 6:5

Muitos de nós somos surpreendidos atuando como cristãos. Vivemos uma vida “espiritual”, fa­lamos linguagem “espiritual”, adotamos atitudes “espirituais”, mas nós mesmos é que estamos fa­zendo tudo isso. Talvez o estejamos fazendo até muito bem, mas o esforço que isso requer deve­ria servir-nos de advertência de que algo está er­rado. Forçâmo-nos a conter-nos nisto, naquilo, naquilo outro, e que esforço vai nisso! Você tem que falar uma linguagem que não seja a sua própria? Se isto acontece, você compreende o que eu quero dizer. Tente quanto quiser, mas não fluirá espontaneamente. Você tem que violen­tar-se para falar daquele jeito. Mas, quando você volta a falar a sua própria língua, nada pode ser mais fácil. Fala-a sem esforço, sem pensá-la cons­cientemente. A própria espontaneidade revela a to­dos quem você é.

Nada é mais doloroso para a vida cristã do que “representá-la”; nada mais abençoado do que quando nossas palavras, orações, atitudes, se tor­nam uma expressão espontânea da vida de Cristo, nosso maravilhoso Senhor.

W. Nee

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tome a sua cruz

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Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. (Mc 8.34.)

A cruz que o Senhor me manda tomar e carregar pode assumir diferentes formas. Pode ser que eu tenha de me contentar com uma esfera humilde e estreita, quando sinto capacidade para trabalho muito mais elevado. Pode ser que eu tenha de cultivar durante muitos anos um campo que não me parece trazer colheita alguma. Pode ser que Ele me mande nutrir pensamentos amáveis sobre alguém que me prejudicou, e pode ser que eu seja levado a falar-lhe brandamente, a tomar a sua defesa contra alguém que se opõe a ele, a cercá-lo de simpatia e dar-lhe minha ajuda.

Pode ser que eu tenha de confessar a meu Mestre no meio daqueles que não querem ser relembrados da existência dEle, nem dos Seus direitos sobre eles. Pode ser que eu seja chamado a andar entre os homens com rosto radiante, quando meu coração está partido. Existem muitas cruzes, e todas elas são dolorosas e pesadas. Nenhuma delas será procurada por mim de iniciativa própria.

Mas Jesus nunca está tão perto de mim como quando tomo a minha cruz e, submisso, coloco-a sobre os ombros, e a recebo com as boas-vin­das de um espírito paciente e conformado. Ele Se aproxima, para fazer amadurecer a minha sabedoria, para aprofundar a minha paz, para aumentar a minha coragem, para aumentar minha capacidade de ser útil aos outros, e isto através da própria experiência que se faz tão pesada e angustiante. E então — como estava escrito no sinete de um heróico prisioneiro — Eu cresço sob a carga. Alexander Smellie

"Aceite sua cruz como um bordão, não como um tropeço."

 

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Fonte: Mananciais no deserto, Lettie Cowman

sábado, 12 de setembro de 2009

Símplices como as pombas

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Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas – Mateus 10.16

David Wilkerson conta em seu livro “A cruz e o punhal”, como Deus lhe tirou de uma pequena cidade e o enviou a Nova York a fim de pregar o evangelho inicialmente a um grupo de jovens que haviam sido presos por assassinato e depois a chefes de Ganges e a viciados em drogas. Obedecendo a Deus, ele entrou em lugares perigosos e teve contato com pessoas que se encontravam na criminalidade e no vício. Para dar apoio aos que abandonavam a vida do crime e das drogas, o pastor David fundou o centro Desafio Jovem. O trabalho desde então foi um sucesso trazendo várias vidas das trevas para a luz. A história do surgimento da casa de recuperação é contada lindamente no livro e virou até filme.

Mas, depois que o livro se tornou um Best-seller, e a história do pastor se tornou conhecida, ele passou a viver um corre-corre intenso. Ele saía de um programa de entrevistas e ia para outro, viajava de um lugar a outro falando do trabalho de recuperação e levantando fundos para mantê-lo, sua agenda ficou lotada rapidamente. Um dia, quando caminhava apressado pela rua para atender a mais compromissos, ele foi barrado por um chinês. O homem ficou em seu caminho impedindo sua passagem. O pastor começou a ficar aborrecido com a insolência do chinês. O homem olhou para o pastor e lhe disse: “Você é David Wilkerson”. Era uma afirmação. “Deus me mandou sair de Hong Kong e vir até aqui, para lhe trazer uma mensagem”, continuou o homem, “E a mensagem é esta: você perdeu a sua simplicidade”. Depois disso o homem foi embora e o pastor nunca nem sequer soube seu nome. No momento, David ficou irritado com o homem, mas não deu importância, pois nunca faltaram pessoas que andam por ai dando “palavras de Deus” a torto e a direito. Porém, mais tarde, ao conversar com a esposa ela lhe aconselhou a meditar naquelas palavras e a levá-las diante de Deus.

Seguindo o conselho da esposa, o pastor começou a examinar a si mesmo. Fez uma viagem à pequena igreja de onde ele havia saído para ir à Nova York atender ao chamado de Deus. Lembrou-se para que Deus o havia chamado e percebeu o quanto havia se desviado do foco ao se tornar uma celebridade. Aquele foi um dia de retorno para o pastor. Ele cancelou muitos compromissos para se dedicar àquilo para o que Deus o havia chamado. Graças a Deus, o pastor acordou.

Infelizmente muitos são os que não conseguem acordar. Muitos dos que hoje causam mais males do que bem ao corpo de Cristo, já foram homens consagrados e cheios de temor de Deus. O problema começou quando eles se depararam com a fama e se tornaram astros. Existem homens que já foram fontes de inspiração para mim e que já me fizeram deixar tudo para ouvi-los pregar, mas que hoje parece que se encontram vazios. Desconfio que a tietagem tem muito a ver com isso. Desconfio que a perda de foco também tem muito a ver com isso. Há homens que complicaram a simplicidade de seu chamado e meteram os pés pelas mãos. Falo isso com todo o temor de Deus sabendo que todos estão sujeitos a irem pelo mesmo caminho.

Hoje, caminhando pela famosa feira de produtos cristãos em São Paulo, entre celebridades, eu conversava com um amigo pastor e lhe falava sobre a última carta que Paulo escreveu. Nela, Paulo conta que estava preso, a maior parte de seus amigos o haviam abandonado e, em pouco tempo, ele sabia que iria ser morto. Como pode um homem que fez tanto pela causa de Cristo terminar seus dias assim? Pessoas que não fizeram um por cento do que Paulo fez, reivindicariam um final mais glamoroso. Mas, Paulo estava feliz. “Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé” (2 Tm 4.7), disse ele. Um dos motivos desta felicidade era saber que nunca havia saído fora do desejo de Deus para sua vida (At 26.19). Seu combate foi bom por se tratar do combate que Deus lhe colocou. Há muitos combates por ai que não são nada bons por se tratarem de combates que visam mais a popularidade do que a glória de Deus.

Que Deus nos ajude a manter nossa simplicidade e nunca cedermos ás propostas daquele que nos promete dar os reinos deste mundo e sua glória (Mt 4.8,9).

Nós fomos enviados como ovelhas ao meio de lobos, portanto, sejamos símplices como as pombas a fim de que nosso coração seja guardado das armadilhas dos holofotes humanos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Experiência superficial

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Não havia muita terra - Mt 13.5

Parece-nos, pelo ensino desta parábola, que nós temos alguma coisa a ver com o solo. A semente frutífera caiu num "coração reto e bom". Creio que há pessoas sem profundidade que são como o solo sem muita terra — aqueles que não têm um propósito real, que são movidos por qualquer apelo comovente, ou por um bom sermão, uma melodia sentimental, e que, a princípio, parece que vão produzir alguma coisa; mas não há muita terra — não há profundi­dade, não há um propósito honesto e profundo, não há um desejo real de conhecer o dever a fim de cumpri-lo. Olhemos para o solo do nosso coração.

Quando um soldado romano era informado por seu dirigente de que, se insistisse em seguir determinada expedição, provavelmente iria morrer, a resposta era: "É necessário que eu vá; não é necessário que eu viva."

Isto é profundidade. Quando estamos assim convictos, alguma coisa resultará daí. A natureza superficial vive dos seus impulsos, impressões, intuições, instintos e, também, do que a cerca. O caráter profundo olha para além dessas coisas e, enfrentando tempestades e nuvens, avança para a região ensolarada do outro lado; ele espera pelo amanhã, que sempre traz o reverso da dor e da aparente derrota e fracasso.

Quando Deus nos faz profundos, então pode dar-nos também Suas verdades e segredos mais profundos e confiar-nos coisas maiores. Senhor guia-me às profundezas da Tua vida e livra-me de uma experiência superficial.

 

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Fonte: Mananciais no deserto, Lettie Cowman

domingo, 6 de setembro de 2009

Nunca ficamos desanimados

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Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia. E essa pequena e passageira aflição que sofremos vai nos trazer uma glória enorme e eterna, muito maior do que o sofrimento. Porque nós não prestamos atenção nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. Pois o que pode ser visto dura apenas um pouco, mas o que não pode ser visto dura para sempre. – 2 Coríntios 4.16-18

Ao ver os irmãos em Roma, Paulo se animou (At 28.15). Quer dizer que ele estava desanimado. Também... Quase linchado em Jerusalém, preso, julgado debaixo de mentiras e calúnias, levado preso em um navio cheio de outros presos, no meio do caminho uma tempestade quase mata a todos, na ilha em que foram parar foi picado por uma cobra venenosa. Depois de tudo isso, sendo de carne e osso, Paulo se sentiu abatido. Mas, lá vieram os irmãos encontrá-lo e mostrar que ele não estava sozinho. Aquela recepção animou o espírito de Paulo.

Ao escrever aos coríntios, Paulo disse que nunca ficava desanimado. Isso não quer dizer que o desânimo não batia à porta de seu coração. Paulo sabia muito bem o que era ficar desanimado, mas, aqui ele nos ensina que temos que aprender a reagir quando o desânimo vem. Se entregar ao desânimo leva à depressão e a coisas piores. Paulo aprendeu a ver as coisas na perspectiva de Deus. Ele sabia que seu corpo estava ficando desgastado de tanta pancada e que a idade trazia seus efeitos sobre ele, mas, seu espírito se renovava a cada dia. Os sofrimentos, ele diz que são leves (!!!), pois Deus não deixa que nada venha sobre nós que não possamos suportar, e são passageiros, pois não há tribulação que não passe. A certeza da glória que vem depois do sofrimento, nos ajuda a enfrentar tudo. Nossos sofrimentos são visíveis, portanto são passageiros. As bênçãos que vem depois deles são eternas.

Paulo não era um pregador de auto-ajuda, não era um homem que cria no poder do otimismo pelo otimismo. Ele era um homem que tinha esperança. Eis aí um remédio contra o desânimo:

Esperança.

Pr Edmilson

sábado, 5 de setembro de 2009

Quan­do as portas do inferno se levantam contra nós

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“Porque não foi carne e sangue quem te revelou, mas meu Pai que está nos céus.” (Mateus 16: 17)

O fundamento da Igreja não é somente Cris­to, mas o conhecimento de Cristo. A tragédia de hoje é que muitos de nós, nas igrejas (na verdade, muitas assim chamadas igrejas), carecem de tal fundamento. Não o conhecemos. Para nós Ele é um Cristo teórico e doutrinário, não um Cristo revelado. Mas teorias não prevalecerão contra o inferno, que é precisamente o que Jesus declara que sua Igreja há de fazer. Esquecemo-nos da razão pela qual estamos aqui?

Visitando lares no ocidente, vi, às vezes, bonitos pratos de porce­lana, não para serem usados à mesa, mas pendu­rados nas paredes, como um ornamento bem cuidado. Parece-me que muitos assim pensam a respeito da Igreja, como algo a ser admirado pela perfeição de suas formas. Mas não, a Igreja de Deus é para ser utilizada, não para decoração. Uma aparência de vida pode parecer suficiente, quando as condições são favoráveis, mas quan­do as portas do inferno se levantam contra nós, sabemos muito bem que o que cada um de nós necessita, acima de tudo, é de uma visão dada por Deus, de seu próprio Filho. E conhecimen­to pessoal, de primeira mão, o que tem valor na hora da provação.

W. Nee

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Estou cansado

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Muitas vezes chegamos a um ponto em que parece haver terminado o desenvolvimento e o progresso, ficamos numa espécie de calmaria, quando é difícil saber, afinal, se a obra esta em movimento, seja para trás ou para diante. Tudo parece estar em ponto morto e a impressão que se tem é que nada acontece... Estamos considerando pessoas que se acham cansadas, não tanto do trabalho, como no trabalho...Que havemos de dizer disso e que havemos de fazer sobre isso? Permita-se-me dizer de partida que em nenhum outro aspecto deste grande problema da depressão os pontos negativos são mais importantes do que o são nessa ocasião especifica. Sempre que nos acharmos nessa situação de cansaço, antes de começarmos a fazer alguma coisa positiva, a certos elementos negativos de absoluta total importância.

O primeiro é este: O que quer que você possa sentir sobre a situação em apreço, não atente para a sugestão que lhe vem de todas as direções – não tanto das demais pessoas, mas do seu próprio intimo, as vozes que parecem falar a sua volta e sobre você – não as ouça, quando lhe sugerirem que desista, que ceda ou que se de por vencido. Em tal situação, esta é uma grande tentação que surge nesse ponto. Você diz: “Estou cansado, exausto; a coisa é demasiada para mim”. E não á nada que dizer nesse ponto, exceto esta negativa - não de ouvidos. Quanto a estes tipos de “não”, sempre você deve começar do nível mais baixo; e esse é o nível mais baixo. Você tem que dizer a si próprio: “Haja o que houver, prosseguirei”. Você não se rende nem cede.

Martin Lloyd Jones

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Decepcionados

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Então Jesus lhes disse: —Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os profetas disseram! – Lucas 24.25

La iam pelo caminho, dois homens decepcionados. Eles eram discípulos daquele que haviam crucificado. Eles haviam saído de sua rotina para seguirem a um homem a quem eles acreditavam que fosse o Messias, eles acreditavam que Ele iria redimir a Israel. Afinal de contas não era isso que os profetas disseram? Os profetas falaram acerca do filho de Davi que se sentaria no trono em Israel e, a partir dali, iria governar as nações. Mas, Ele foi crucificado. Será que os profetas erraram? Não, os profetas estavam certos. Eles é que eram lentos para crer em tudo o que os profetas falaram. Os profetas falaram sim dos sofrimentos pelos quais o Messias iria passar, mas eles se voltaram somente para as promessas de glória do Messias, e se decepcionaram. Não seria esse o motivo de tantas decepções para muitos hoje?

Muitos são os que se prendem a promessas tiradas de seu contexto e se decepcionam. Há pessoas que crêem num evangelho da caixinha de promessas. Com certeza existem muitas promessas na Bíblia que falam de vitória e de conquistas. Mas a palavra de Deus também fala da sexta-feira da paixão.

Como reação a um evangelho que exaltava a pobreza, o sofrimento e a mediocridade, se criou um outro evangelho que foi para o extremo oposto. Criou-se um evangelho que exalta a riqueza e a opulência como sinais da aprovação de Deus na vida. Se firmaram em verdades, mas que não são toda a verdade. Não souberam fazer uma distinção entre prosperidade e riqueza, entre ser vencedor e não se passar por provas, entre ter o que se precisa e ajuntar tesouros na terra. O resultado disso foi decepção. Decepção por que isso não funciona. Mais cedo ou mais tarde a pessoa se deparará com os embates da vida, embates estes para os quais, fazer suas confissões não adiantará nada, pois há coisas mais profundas envolvidas ali. Haverá momentos em que, por mais que o homem invoque Jeová Jiré, o que ele terá será arroz, feijão e abobrinha, e terá de ver a provisão de Deus naquilo. Ele terá que ver que o Deus do filé mignon, também é o Deus da abobrinha. Mas os que estão no caminho de Emaus, estão tão decepcionados que Jesus está falando com eles, mas eles não O reconhecem, pois aprenderam a ver ao Senhor somente quando ele faz o que eles esperam, e determinam. Na estrada de Emaus, as palavras de Jesus queimam no coração, quando Jesus está lhes ensinando algo mais profundo, mas eles não percebem.

Não crer em toda a palavra de Deus, mas só em parte dela, só traz decepção.

Pr Edmilson

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ele não pôde fazer milagres em Nazaré

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Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali. Marcos 6.5,6

Jesus chegou à cidade onde havia sido criado, Nazaré. Por causa dessa cidade, o Filho de Deus seria chamado de Jesus de Nazaré. Uma cidade que testemunhou a infância e a juventude do Senhor. Que cidade especial!

Acredito que ao chegar à sinagoga de Nazaré, Jesus tinha planos maravilhosos no seu coração com respeito aquele lugar. Ele já havia feito maravilhas noutros lugares e teria outros tantos a realizar ali. Mas, está escrito que “ele não pôde fazer milagres ali”. A expressão “não pôde” com relação a Jesus, soa até estranho. Jesus é aquele para quem não há nada impossível. A Ele foi dado toda autoridade nos céus e na terra. Mas, em Nazaré, em muitos lugares, e em muitos corações, Ele ainda não pode. Seu poder não está limitado pelo homem, mas sem fé, é impossível agradar- lhe (Hb 11.6). Ele não fez os seus milagres em Nazaré porque o povo não cria. Ele pode operar milagres, com fé ou sem fé, porque Ele é Deus. Mas, onde não existe fé, Ele se entristece, se desagrada, e não quer operar ali. Onde existe incredulidade não se está confiando na palavra de Jesus. Isso o entristece.

Ele quer fazer os seus milagres, mas só quem crê, verá a glória de Deus.

Pr Edmilson



 
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